Sabia que o desenvolvimento da criança não depende só de pai e mãe?

Quando o assunto é educação, uma máxima é sempre iniciar a maioria dos questionamentos com “e os pais?” Mas, na verdade, não são somente eles os responsáveis pelo desenvolvimento de uma pessoa.

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Há coisas, por exemplo, que são inerentes à sociedade e influenciam sim a criação dos pequenos.

Sem estar a par ou admitir isso, há pais que fazem os mesmos questionamentos e quase sempre cercados de culpa: como faço para ficar mais presente? Onde errei? Será que prejudico sua autonomia?

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Foi para responder a esse tipo de questionamento que os Robert e Sarah LeVine, que são antropólogos, escreveram o livro “Do Parents Matter? – Why Japonse Babies Sleep Sondly, Mexican Sibblings Don’t Fight, and American Families Should Just Relax“, que em tradução livre quer dizer: “Por que bebês japoneses dormem profundamente, irmãos mexicanos não brigam e famílias americanas precisam relaxar?”.

A obra resume estudos sobre como os pais criam filhos em diversos países, como Nepal, Zâmbia, Índia, Nigéria, Venezuela, México e Botswana. Além de observar o comportamento das famílias nesses países, os autores incluíram suas experiências pessoais, considerando que têm filhos e netos.

O livro é um apanhado de surpresas. Entre os relatos estão as famílias nigerianas onde as mães amamentam bebês que não são seus.

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Crianças indígenas de 5 a 9 anos na América do Norte são as responsáveis pelos cuidados dos irmãos mais novos e, no Japão, é comum que as crianças dividam a cama com o pais até os 10 anos.

A diferença de cuidados não interfere no desenvolvimento das crianças

E isso acontece porque é comum o tratamento, sem que a culpa seja um elemento constante na educação.

E há muitos exemplos positivos, como os laços afetivos entre os irmãos mexicanos, a divisão de tarefas entre as comunidades nigerianas e a autonomia comum entre os japoneses.

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Os autores relatam como as comunidades se responsabilizam em conjunto pelo cuidado dos pequenos.

Na observação do comportamento de outras culturas, os autores apontam lições que podem ser reproduzidas, entre elas a cama compartilhada, que oferece mais segurança para as crianças e ajuda a criar vínculos sólidos de afeto com os filhos.

O casal de antropólogos também defende a possibilidade de os pais fazerem o que está a seu alcance. É uma boa lição para as famílias brasileiras onde os pais e, principalmente, as mães, são colocadas como culpadas da falta de êxito na educação.

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