Mulheres têm a última palavra sobre o parto

Boas notícias! No dia oficial para celebrar as mulheres e chamar a atenção para a desigualdade e descriminação, o Governo Federal lançou um conjunto de medidas relativas ao parto normal. Oito de março foi a data escolhida para apresentar essas diretrizes de assistência ao parto.

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Toda a mulher pode agora elaborar o seu plano de parto. A decisão de como vai viver esse momento é unicamente de sua responsabilidade.

Plano de parto: um planejamento feito por mulheres que conhecem as suas opções

Para o especialista em parto humanizado, o ginecologista e obstetra Alberto Guimarães, o fato da mulher poder ter voto na matéria é fundamental. Essa medida pretende estimular o diálogo entre a gestante e a equipe médica. Isso se fará através de uma troca de ideias em que as várias opções são consideradas. Sempre de acordo com as limitações impostas pelo estado de saúde da gestante e do bebê. Por isso é que esse especialista também defende a importância em esclarecer que implantar essas medidas não significa que o médico vai perder a sua autoridade. E o que é urgente fazer, agora que está aberta a discussão? Informar claramente em que consiste um plano de parto. Para que as ideias erradas sobre esse assunto não criem boatos infundados.

A nova legislação vai ainda mais à frente. Os chamados Centros de Parto Normal foram reconhecidos como locais seguros onde os partos de baixo risco podem ser realizados em segurança. Os mesmos deverão ser realizados por uma enfermeira obstétrica. O Brasil não é pioneiro nessa matéria, uma vez que tem algum tempo que isto já acontece em outros países. Inglaterra é um dos exemplos mais importantes.

O que vai mudar

Esse documento confere às mulheres o direito de escolherem a posição que pretendem adotar durante o parto. Podem ainda praticar uma dieta livre (o jejum deixou de ser uma imposição), ter acompanhamento de doulas e optar por entre várias de metodologias de controle de dor. Massagens e imersão em água fazem parte do plano. Foi também reforçado o direito legal que toda a grávida tem em manter um acompanhante durante o parto. A manobra de Kristeller, considerada por muitos como pura violência obstétrica, passou a ser considerada contraindicada.

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Ricardo Barros, Ministro da Saúde, destaca como principais vantagens dessas medidas o aumento da autonomia da mulher e a redução do número de cesáreas injustificadas. Para que possa tomar uma decisão em consciência, a gestante deverá ser informada de todo o plano durante o pré-natal. Essa é uma legislação que confere respeito, informação e acesso a toda a mulher.

O parto natural é positivo tanto para a mãe como para o bebê

Na opinião de Alberto Guimarães, essas medidas voltam a colocar na mesa o parto natural enquanto opção privilegiada. O que funciona “a favor do bebê e da mulher”. Você cresceu com a ideia de que o parto natural é “coisa de pobre”? Enquanto a cesárea está reservada para quem se encontra em um lugar de topo na escala social? Saiba que isso não passa de um estigma! “Fazer parto pelo SUS não deve ser uma punição, mas uma possibilidade positiva para a mãe para o bebê”, assegura esse investigador na área do nascimento.

Ainda em 2015, durante o governo Dilma, foram também implementadas medidas de incentivo do parto normal na rede privada, de forma a reduzir as chamadas cesarianas desnecessárias. As medidas têm surtido um efeito positivo, mas ainda tem muito trabalho pela frente! Embora a Organização Mundial de Saúde aponte para uma taxa recomendada de 15% de cesáreas, no Brasil esse número continua a representar mais de metade dos partos, de acordo com dados do IBGE.

Universidade Federal de Minas Gerais capacita profissionais para o parto

A par dessas novas diretrizes, foi divulgado um acordo entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Minas Gerais. Através dessa cooperação, serão capacitados profissionais de saúde espalhados por 86 hospitais. Nesse projeto de qualificação da atenção obstétrica e neonatal hospitalar serão investidos, durante os próximos quatro anos, cerca de R$ 13,6 milhões.

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Foi também anunciado o acesso ao Dispositivo Intrauterino de Cobre, conhecido como DIU. O plano passa por disponibilizar esse método contraceptivo nas maternidades, tanto após o parto como após abortamento. Além disso, será publicado um guia prático para que os profissionais de saúde possam se inteirar sobre o dispositivo.

O mundo ainda tem muito que mudar para que homens e mulheres possam ser tratados como iguais. Mas no passado dia oito foram dados passos importantes para que as mulheres brasileiras possam ser mais ouvidas em suas próprias vidas.

Compartilhe! Ajude as mulheres a fazerem valer seus direitos na hora do parto!