Você se lembra da década de 80 ou 90, quando andar sem cinto de segurança não dava multa? Ninguém tinha o hábito de entrar e colocá-lo. Com o tempo, além das campanhas educativas, mas também as corretivas, as pessoas passaram a colocar o cinto automaticamente, assim que entram no veículo. A mesma coisa aconteceu com a cadeirinha no carro para transportar bebês e crianças.
Isso porque a multa acaba estimulando o uso, por medo da punição, seja financeira ou pela perda de pontos na carteira. Porém, o presidente Bolsonaro apresentou uma proposta de alteração da lei, visando eliminar a multa para quem transportar as crianças sem o devido cuidado com a segurança, entre outras coisas.
Será que é realmente uma boa ideia? Veja o que os pais acham disso e entenda a importância da cadeirinha para a segurança da criança, em um carro projetado para adultos.
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85% dos pais reprovam o fim da multa
De acordo com uma pesquisa realizada pela revista Crescer, 85% dos pais reprovam a iniciativa de alterar a lei extinguindo a multa para quem não utilizar a cadeirinha no carro. O levantamento entre os leitores totalizou 3.047 respostas.
Também a ONG Criança Segura, especialista em segurança infantil em diversas áreas da vida mostrou seu descontentamento com a iniciativa. A instituição comunicou que “os dispositivos de retenção veicular (bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação) são a única forma segura de transportar crianças em veículos, pois os bancos dos carros e o cinto de segurança são projetados para proteger adultos com mais de 1,45 cm de altura”.
Segundo a gerente executiva da organização, Gabriela Freitas, eles são contra o projeto, pois acreditam que as campanhas educativas devem ser acompanhadas pela lei, fiscalização e punição, quando se trata de comportamento seguro no trânsito. Para ela, “só assim se consegue uma mudança real de comportamento”.
Por que usar a cadeirinha no carro
Independente de mudanças ou não na lei, os pais devem manter o cuidado e carinho com os filhos, usando as cadeirinhas adequadas para cada idade e peso. Isso porque os veículos não são desenvolvidos para o tamanho das crianças, precisando assim desse ajuste para reduzir o risco de morte em acidentes.
Se transportada com o cinto tradicional, há chances dela ser sufocada ou, até mesmo, se soltar – a depender de como o cinto esteja posicionado, correndo tanto risco quanto sem o cinto. Além disso, pode também comprimir regiões do corpo ainda em fortalecimento, podendo gerar desmaios e outras consequências mais graves.
Para ilustrar melhor, acompanhe o vídeo desenvolvido pela equipe de jornalismo do SBT, quando a lei foi lançada, mostrando a importância de se usar cadeirinha. Mas cuidado, tem cenas mais fortes de simulações do que aconteceria com a criança sem a cadeirinha.