Café na gravidez: sim ou não?
A alimentação da gestante influencia não somente na sua saúde, mas também do bebê, pois tudo passa por sua placenta e acaba entrando na corrente sanguínea do filho. Dessa forma, alguns alimentos devem ser evitados. Será que o café na gravidez está liberado?
A lista clássica de proibições é longa, como bebidas alcoólicas, refrigerantes, adoçantes artificiais, alimentos muito pesados ou propensos a causar inflamações, chocolates, alguns tipos de chá e o café.
Mas será que a sabedoria popular está realmente certa? Há diversos estudos hoje mostrando os benefícios de diversos desses alimentos para a saúde, fazendo assim se repensar os alimentos proibidos.
Quanto de cafeína tem?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade de cafeína ingerida por dia não pode passar de 300 mg. Mas quanto é isso na prática, nos alimentos na vida real? Veja então essa relação, com base em um estudo canadense, para ajudar a controlar a quantidade ingerida. Todas as quantidades são para uma xícara média (237 ml).
- Café passado: 135 mg;
- Café instantâneo: 76 a 106 mg;
- Café instantâneo descafeinado: 5 mg;
- Chá verde: 30 mg;
- Coca-Cola: 36 a 46 mg;
- Coca-Cola diet: 39 a 50 mg;
- Achocolatado: 8 mg;
- Chocolate ao leite: 7 mg;
- Chocolate quente em sachê: 5 mg.
Afinal posso tomar café na gravidez ou não?
De acordo outro estudo americano, você não deve tomar café durante a gravidez. Ele foi feito com dado de 941 mães e filhos na Irlanda, mostrando que a cafeína presente nos chá e no café está relacionado com um menor peso do bebê, no dia do nascimento, além de uma menor circunferência na cabeça e partos prematuros, oferecendo assim riscos aos bebês.
Todas as pesquisadas eram não-fumantes e não ingeriam bebida alcoólica, sendo que 48% consumia a cafeína através de chás diversos e 39% ingeriam através do café. Observou-se também que, quanto mais cafeína as mães tomavam, mais intensos eram os resultados, comprovando a relação entre a mesma e desfechos adversos do parto.
Outros pesquisadores quiseram compreender se o consumo de café na gravidez pode causar Transtorno de Défcit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) nas crianças, chegando à conclusão de que só vai influenciar se a mãe tomar 10 ou mais xícaras de café por dia, tornando-se o risco estatisticamente insignificante.
Mais: uma pesquisa brasileira quis compreender se o consumo de café durante a gestação e amamentação influenciava nas noites de sono do bebê, até os 3 meses de idade. Como resultado, eles não observaram relação estatística significativa para comprovar a hipótese.
Já a OMS diz que a forma com que o corpo da gestante depura o café é diferente das mulheres não-gestantes. Por isso, o consumo elevado da cafeína leva a uma maior chance de restrição de crescimento e peso do feto, bem como maiores chances de nascimento prematuro ou natimorto.
A partir disso, uma investigação brasileira afirma que a lógica pode ligar o consumo exagerado de cafeína durante a gestação ao aumento da chance de morte fetal, porém os estudos revisados não podem afirmar com certeza de que há garantida relação, sendo assim um campo aberto a estudos definitivos.
Dessa forma, o melhor a fazer é conversar com seu obstetra e procurar sempre ter equilíbrio no consumo de qualquer tipo de alimento, seja ele indicado como benéfico ou não, ponderando o que pode ser interessante para a sua saúde e do bebê.