Cardiotocografia: conheça esse exame importante para a mãe e o bebê
Hoje em dia as novas tecnologias permitem que se faça o monitoramento detalhado do desenvolvimento do bebê e da saúde da mãe durante toda a gestação. O acompanhamento do obstetra pode ser realizado com maior precisão e, assim, diversos tipos de problemas e complicações podem ser detectados precocemente para que seja feito o tratamento adequado. Um desses exames é a cardiotocografia, realizada no final da gestação ou em situações específicas. Saiba mais sobre esse exame e converse a respeito com o seu médico.
Conteúdos
O que é Cardiotocografia?
O exame de cardiotocografia faz parte dos exames recomendados para verificação da vitalidade fetal no terceiro trimestre de gestação. É realizado para que os médicos consigam avaliar o bem-estar do bebê dentro da barriga da mãe nas últimas semanas que precedem o parto.
O exame avalia, em especial, os batimentos cardíacos do bebê e costuma ser feito a partir da 37ª semana de gestação ou antes, caso seja necessário.
O cardiotoco também é recomendado em casos mais específicos, como por exemplo quando se trata de uma gravidez de risco. Veja no próximo tópico quais são essas situações.
Quando é recomendado o exame de cardiotoco?

Além da avaliação geral da saúde e bem-estar do bebê saudável antes do nascimento, esse exame também deve ser feito nas seguintes situações:
Condições de risco da gestante
Algumas situações deixam a gestante mais vulnerável e com risco de alguma complicação no parto, por isso o exame é importante, ajudando a controlar a situação:
- Diabetes gestacional;
- Hipertensão descontrolada;
- Doenças cardíacas, pulmonares ou renais;
- Anemia grave;
- Pré-eclâmpsia;
- Infecção;
- Alterações na coagulação do sangue;
- Mãe com idade acima ou abaixo do recomendado.
Condições de risco no parto
Há, ainda, as situações de risco no parto em que o exame de cardiotocografia é muito útil para o controle da saúde do bebê até o momento do nascimento:
- Pouco líquido amniótico;
- Sangramento do útero;
- Parto com mais de 40 semanas;
- Parto prematuro;
- Múltiplos gêmeos;
- Alterações das contrações durante o parto;
- Descolamento da placenta;
- Parto mais demorado do que o esperado.
Como é feito o exame cardiotoco?
A cardiotocografia fetal é realizada com a colocação de eletrodos com sensores nas pontas na barriga da mãe, como uma cinta. Esses eletrodos sensíveis conseguem, então, captar os batimentos cardíacos do bebê, também as movimentações dele e as contrações uterinas, caso já estejam acontecendo.
Esse exame não causa qualquer incômodo na mãe nem no feto e leva cerca de 20 minutos, com a mãe deitada ou sentada. Em casos de risco, quando o médico percebe pouca movimentação do bebê dentro da barriga, podem ser necessários estímulos externos para acordá-lo. Existem 3 formas de realização do exame e estímulos:
Cardiotoco basal
É assim chamado quando o exame é realizado com a mãe em repouso e sem necessidade de estímulos, somente para monitoramento do bebê quando está tudo bem.
Cardiotocografia estimulada
Quando é necessário realizar algum estímulo para agitar o bebê, o médico pode aplicar algum tipo de som externo enquanto os eletrodos estão ligados à barriga. Esses estímulos podem ser um som alto como de uma buzina, pode ser uma vibração ou mesmo o toque do médico na barriga que, dentro do útero, emitirá um som.
Cardiotoco com sobrecarga
No tipo com sobrecarga o médico administra uma medicação específica na mãe com a intenção de intensificar a contração uterina e verificar o efeito das contrações no bebê.
Interpretações da cardiotocografia fetal

A interpretação do exame é realizada por meio dos gráficos que se formam na tela do computador durante sua realização. Se houver qualquer alteração, o exame irá identificar:
- Alterações dos batimentos cardíacos do bebê (variações na frequência cardíaca, sejam de aceleração ou diminuição fora do normal);
- Alterações nos movimentos intrauterinos que tendem a diminuir quando o bebê está sofrendo com falta de oxigenação;
- Alterações nas contrações do útero durante o parto.
No caso de alterações quando o exame é feito semanas antes do parto, pode ser necessário manter um acompanhamento intensivo, seja a cada 2 dias ou semanal, dependendo da necessidade de cada caso. Somente com o exame feito é o médico poderá determinar o tratamento adequado.
O SUS oferece a cardiotocografia?
Sim, de acordo com a Portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011, divulgada pelo Ministério da Saúde, o exame de cardiotoco faz parte da Rede Cegonha do Sistema Único de Saúde que visa garantir às gestantes o direito de acompanhamento médico adequado no pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança, bem como o sistema logístico de transporte sanitário.
Junto com o cardiotoco, a mãe e o bebê também têm direito a exames pré-natais como:
- Teste rápido de gravidez;
- Teste rápido de sífilis;
- Teste rápido de HIV;
- Cultura de bactérias para identificação (urina);
- Acréscimo de mais um exame de hematócrito, hemoglobina;
- Ampliação do ultrassom obstétrico para 100% das gestantes;
- Proteinúria (teste rápido);
- Teste indireto de antiglobulina humana (TIA) para gestantes que apresentarem RH negativo;
- Exames adicionais para gestantes de alto-risco:
- Contagem de plaquetas;
- Dosagem de proteínas (urina 24 horas);
- Dosagens de ureia, creatinina e ácido úrico;
- Eletrocardiograma;
- Ultrassom obstétrico com Doppler.
Quando não é realizado pelo SUS, o exame de cardiotoco tem um custo médio de R$150,00, dependendo da cidade e da clínica. Converse com seu médico a respeito e não abra mão dos seus direitos.