Conceito de família: a evolução do núcleo familiar ao longo do tempo

O conceito de família é um dos que mais passa por atualização ao longo da história. O que sua mãe e sua avó entendem por família, por exemplo, certamente não é o mesmo que você entende. E, com certeza, sua visão de núcleo familiar não será igual a que seus filhos terão no futuro.

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As mudanças pelas quais passa a sociedade afetam a maneira como as pessoas compreendem o significado de família. Há 30 anos seria inimaginável cogitar a existência de um núcleo familiar composto por casais do mesmo sexo ou mesmo um casal heterossexual sem filhos, por exemplo.

O conceito de família hoje é relativo. Para você pode significar reunir familiares ao redor da mesa no almoço de domingo. Para seu vizinho de porta, talvez seja ter a companhia da filha que não vê há anos. Já aquela colega de trabalho acredita que família é ter a companhia de seu namorado e de seu cachorro.

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Mas, afinal, o que é exatamente uma família?

O que é a família?

conceito de família
Crédito: Freepik

Não é simples definir o conceito de família. A palavra tem origem no latim e tem relação com o que é doméstico, com servidão e mesmo escravidão. Para especialistas em áreas como a sociologia, família significa pessoas que estão unidas por laços de parentesco. Por outro lado, de forma mais ampla, é possível entender o conceito como pessoas que moram em uma mesma casa e possuem qualquer tipo de relação afetiva.

Partindo dessas brevíssimas definições, compreende-se que o conceito de família varia de época para época e de contexto para contexto. A cada nova geração de pessoas, a ideia de contexto familiar muda um pouco mais. Antigamente entendia-se família como um grupo grande de pessoas, que possuíam os mesmos laços consanguíneos.

De acordo com alguns especialistas, pode-se dividir a família em alguns tipos:

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  • Tradicional: em um determinado lugar mora todos ou boa parte dos membros da família. Nisso inclui-se, além do pai, da mãe e dos filhos, os avós, tios e primos;
  • Nuclear: é apenas mãe, pai e filhos. Os casais sem filhos também se encaixam nesse tipo;
  • Composta: quando a família se divide após uma separação ou divórcio. A mãe casa-se novamente com outra pessoa, assim como o pai também o faz. O filho desse casal tem, então, madrasta, padrasto, pai, mãe e, às vezes, meio-irmãos;
  • Parental ou monoparental: há apenas a mãe ou apenas o pai. Isso ocorre quando há morte ou divórcio de um dos pais;
  • Homoparental: pessoas do mesmo sexo, homens ou mulheres, se casam. Podem ter filhos ou não;
  • Comunitária: há variadas pessoas dividindo uma mesma casa, sem a obrigatoriedade de terem laços de consanguinidade.

Conceito de família no século XXI

conceito de família não tradicional
Crédito: Pexels

O modelo de família que predominou no ocidente desde a Revolução Industrial foi o nuclear. Esse modelo, no entanto, entrou em falência já no século XX devido às mudanças constantes da sociedade. Com a chegada do século XXI, então, a sociedade tornou-se ainda mais plural, o que impactou intensamente no conceito de família.

Hoje, por exemplo, já não se fala mais em casamento como obrigatoriedade para se iniciar uma família. Já não é mais o social que une as pessoas, mas sim um elemento subjetivo. Família, portanto, não é hoje uma instituição. Esse conceito está muito mais baseado no individual, no desejo de cada pessoa de ser feliz com outra ou mesmo com outras.

Pelas mudanças que se configuram atualmente, o século XXI, principalmente no ocidente, trouxe inúmeros formatos de família diferentes. Hoje, ainda que não seja bem visto em todos os lugares, é comum aceitar que casais do mesmo sexo formem uma família e inclusive adotem uma criança.

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Ainda há resquícios da família tradicional ou nuclear nas famílias modernas e atuais. A mudança, no entanto, já está consolidada e não volta atrás. O casamento não é mais fundamental, e o divórcio ou a separação simples se mostram cada vez mais comuns. O conceito de família, portanto, é volátil e muda conforme a sociedade evolui.

Conceito de família de antigamente

conceito de família de antigamente
Crédito: Freepik

As famílias antigas, dos seus avós e bisavós, eram muito diferentes das atuais. Primeiro porque elas se desenvolviam em torno de um patriarca, das vontades e desejos de um único homem. As mulheres possuíam um papel secundário, de servidão, o que significa que seus desejos e vontades não eram levados em consideração.

Antigamente, as famílias constituíam-se a partir de um motivo social; os casamentos, muitas vezes, eram contratos entre duas famílias. O amor, portanto, ficava em segundo plano. Apesar disso, elas eram numerosas, com muitos filhos, que, assim como as mulheres, não tinham poder de decisão.

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Muito se diz hoje que antes as famílias duravam mais tempo. Entende-se hoje que isso não se devia ao amor, aos sentimentos de amizade, carinho. O casamento era uma obrigação social, a qual a mulher, principalmente, estava presa quase até o fim da vida. A relação familiar construía-se a partir de regras externas, impostas pela sociedade.

Conceito jurídico de família

Em termos jurídicos, o conceito de família é bastante restrito. De acordo com o Direito Civil, são considerados membros de uma família apenas as pessoas que se unem por laços de parentesco ou por relação conjugal. A Constituição Federal, datada de 1988, entende a família como um relacionamento entre homem e mulher, baseada em casamento ou união estável.

O sistema legislativo brasileiro atualmente aceita a união de pessoas homossexuais. Isso porque o significado mais comum da família parte do fato de que o que une as pessoas é o afeto.

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Fonte:  Constituição Federal