Crianças expostas a situações de estresse têm maior risco de desenvolver depressão
O cérebro humano precisa ser alimentado com lembranças e emoções positivas para se manter sadio
Quem gosta de saber mais sobre o comportamento humano, tem curiosidade em saber se existe predisposição para depressão, se é algo genético, congênito ou se é desenvolvido unicamente ao longo da vida.
Bem, ainda há muito o que se estudar para compreender as causas da depressão, mas um estudo realizado pela Universidade de Alberta, no Canadá, divulgado em fevereiro de 2021, aponta que existe um alto risco de desenvolvimento de depressão em adultos que, na infância, foram expostos a situações de estresse.
O estresse, nesse caso, se refere a maus-tratos e traumas que o cérebro da criança ainda não está pronto para lidar.
Como resultado, são desencadeadas mudanças em sub-regiões do hipocampo e da amígdala, ambas regiões do cérebro responsáveis pelas memórias e pelas emoções.
Essas mudanças provocariam um desenvolvimento maior das memórias e emoções negativas do que positivas, o que seria responsável por facilitar o desenvolvimento da depressão ao longo da vida.
É como se os maus-tratos causassem uma falha nas conexões de emoções e lembranças positivas da infância e alimentassem as emoções e lembranças ruins que vão “intoxicando” a mente da pessoa até que surge a depressão.
Para chegar à conclusão do estudo, os pesquisadores reuniram 35 pacientes adultos diagnosticados com depressão e 35 pacientes adultos saudáveis.
Realizaram ressonâncias magnéticas em todos para avaliar o volume de áreas específicas da amigdala e do hipocampo no cérebro. Depois, todos os pacientes responderam a um questionário sobre maus-tratos na infância.
Como resultado, os pesquisadores perceberam que, nos pacientes com depressão, o histórico de maus-tratos na infância teve associações negativas significativas com o volume na amígdala e do hipocampo, afetando seu desenvolvimento e, assim, justificando a predisposição para a doença.