Crianças que vão a pé para a escola têm menos probabilidade de serem obesas
É bastante comum em diversos países mais desenvolvidos encontrar crianças indo a pé para a escola. Algumas vão sozinhas, outras acompanhadas por colegas ou adultos. Também podem ir pedalando ou em outros meios menos comuns como o skate e outras formas de locomoção.
No Brasil, esse quadro já é um pouco diferente, pois as crianças só vão a pé para a escola se não tiverem outra opção, dada a violência. Se morarem relativamente perto, vão normalmente de transporte ou com os pais, podendo alternar em caronas colaborativas ao longo da semana.
Andar porém nem sempre é uma opção, o que infelizmente pode estar agravando o quadro de obesidade no país. De acordo com um estudo realizado na Inglaterra, as crianças que vão a pé para a escola têm menos probabilidade de serem obesas. Conheça o que diz a pesquisa e como chegaram a esse resultado.
Crianças que vão a pé para a escola são mais magras
Um estudo realizado com crianças do ensino fundamental I, em Londres, mostrou que aquelas que andavam até a escola tinham menor risco de ter obesidade do que as que iam de transporte público ou carro. Foram mais de 2 mil crianças acompanhadas, de diferentes etnias e condições socioeconômicas, tendo um resultado consistente em todas as variáveis.
Realizado pela Universidade de Cambridge e publicado na revista científica BMC Public Health, esse estudo tem uma grande significância no ramo. Isso porque mostra consistência em ambientes variados, isolando a atividade física constante como um fator que influencia na perda de peso das crianças que participaram da pesquisa.
Método
Ele avaliou simultaneamente as duas principais atividades realizadas pelas crianças nessa faixa etária: a participação em esportes estruturados (futebol, natação, dança, lutas e similares) e o deslocamento até a escola. A partir disso mediram o impacto de cada agrupamento de atividades na obesidade infantil.
Normalmente esses estudos levam em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC), porém nem sempre o resultado é correto, pois ele envolve a avaliação da relação entre peso e altura, para cada idade. O correto seria avaliar a perda de gordura e ganho de massa magra, pois essa também aumenta o peso, só que é saudável.
Resultados
Cerca de 50% dos pesquisados fazia esportes estruturados todos os dias. Também praticamente metade das crianças ia andando, de bicicleta ou outro meio de locomoção ativo, para a escola. Isso fez com que se tivesse uma boa margem para confirmação da tese, dando maior credibilidade aos resultados.
Os pesquisadores descobriram que aqueles que iam para a escola ativamente (andando, pedalando etc), todos os dias, tinham uma quantidade de gordura corporal menor do que as que não o faziam e até do que as que somente praticavam esportes estruturados. Dessa forma, tinham menor chance de ter obesidade.
As crianças que faziam esportes estruturados e não iam caminhando para a casa, tinham mais massa magra (músculos), porém não reduziam a gordura, tendo assim o IMC aumentado. Essa era uma das confusões de estudos anteriores, que não foram repetidos nesse.
Obviamente, as que não faziam esportes estruturados e iam para a escola através do transporte público ou de carro tinham uma maior quantidade de gordura e menor de massa magra. Isso os levava direto para o aumento de chances de serem obesos e apresentarem doenças relacionadas.
Dessa forma, pôde-se comprovar que o ideal é que a criança se locomova ativamente até a escola, garantindo uma caminhada por dia. Além disso, a prática de esportes estruturados também é interessante para manter a musculatura em dia. A junção desses dois fatores podem garantir uma infância mais saudável.
Claro que uma alimentação balanceada também é importante, assim como a ingestão adequada de água, ao menos 2 litros ao dia. Se sua criança estiver com indícios de sobrepeso, converse com o pediatra e veja se não é o caso de um encaminhamento ao nutricionista para traçar estratégias para que o pequeno possa permanecer saudável e cheia de energia para ser feliz.