Quando dar um celular ao seu filho
Dar um celular ou não para o filho é uma discussão que uma hora vai chegar bem na mesa do jantar. Não tem como fugir. Entender como o uso de eletrônicos pode ajudar – ou afetar – a saúde física e mental do seu filho é essencial para tomar a decisão correta.
De acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet, o uso de aparelhos celulares prejudica o desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens. Os pesquisadores acreditam que essas são fases “cruciais para o desenvolvimento do cérebro, e o comportamento durante um período típico de 24 horas contribuem para o desempenho cognitivo”.
O ideal é que, ao longo das 24 horas do dia, se faça ao menos uma hora de exercícios físicos, duas horas de lazer e de nove a 11 horas de sono, em crianças entre os oito e 11 anos. Foi encontrada no estudo uma relação direta entre esses fatores e o desenvolvimento da inteligência.
Quanto mais tempo uma criança passa em frente ao celular, menos desafiada e estimulada cognitivamente ela é. Além disso, reduz a quantidade de horas brincando e praticando atividades físicas, além de diminuir também as horas de sono.
Não bastasse esse estudo, também se observa a proliferação de “jogos e brincadeiras” perigosas nas redes sociais, as quais as crianças acabam tendo acesso, como foi o caso da baleia azul ou da Momo.
Qual é a idade ideal para dar um celular ao filho?
Tendo esses pontos em mente, qual seria, para você, a idade ideal para deixar seu filho mexer no celular? Quando adulto, certo? Brincadeiras à parte, não se tem como criar os filhos em uma bolha. A tecnologia está aí e, se utilizada corretamente, pode ser uma boa ferramenta.
Um ponto é consenso: bebês de até três anos não devem usar smartphones ou tablets. A visão ainda não está 100% adequada, sua coordenação motora fina pode ser prejudicada e ele precisa investir toda a sua energia no desenvolvimento da cognição e coordenação.
Entre os 4 e 7 anos, já dá para deixar brincar por cerca de 30 minutos, preferencialmente jogos educativos ou até vídeos. Sempre com supervisão do cuidador, para evitar acidentes ou até mesmo acesso a conteúdo mal intencionado.
Dos 7 aos 11 anos já dá para deixar uma hora por dia, ainda sob supervisão e sem contato com redes sociais, fonte de muita ansiedade e nova ferramenta – um tanto cruel por sinal – para a prática do bullying.
A partir dos 11 anos, começa o processo de adaptação e diálogo, quando o pré-adolescente irá requerer cada vez mais tempo e simplesmente proibir não é uma decisão muito acertada. É importante fazê-lo compreender que o tempo pode ser melhor empregado.
Cuidados a ter após dar um celular ao filho
É importante que a conta de login do seu filho esteja também no seu dispositivo, onde você possa controlar o tempo utilizado e os tipos de vídeos assistidos, sem ter que acessar o celular dele.
As redes sociais, exceto o Whatsapp, também podem estar logadas no seu celular, caso ele já possua alguma, facilitando o controle sobre o que e com quem ele está conversando. É importante que ele tenha consciência disso e que compreenda que é uma questão de segurança.
O diálogo é seu maior aliado, estabelecendo não somente regras, mas também ideias de outras atividades para fazer quando “está no tédio”, de forma que use a criatividade, se movimente ou aprenda algo novo.
O tempo diante do celular deve ser definido em consenso, quando estiver grande. Já se ainda for pequeno, são os pais que definem, pois entendem que é o melhor a ser feito, com responsabilidade pelo futuro dos filhos.
O mais importante: façam atividades juntos para que o celular não tome o lugar de companhia mais interessante da casa, reduzindo assim as chances de se tornar o centro da atenção e expectativa do jovem.