É importante ensinar o nome das partes íntimas corretamente para as crianças, ao invés de ficar criando nomes fofinhos para diminuir a carga que você imagina que o nome correto possa ter.
Piupiu, pintinho, perereca, periquita… Muitos são os nomes criados para denominar o que já tem nome. Não tem nada demais em falar os nomes nariz, mãos, vulva, pés, pênis, orelhas, mamilos, olhos. O grande problema é o tabu acerca das mesmas.
Porém, ao estigmatizar o que é normal, você pode criar uma certa resistência em falar sobre essas partes, podendo inclusive gerar problemas futuros. Quando a criança não vê algo como natural, pode ficar envergonhada e até se sentir culpada em casos de abuso sexual.
Dessa forma, ter um diálogo aberto com suas crianças também envolve dar o nome correto às partes do corpo, sem tentar tornar algo comum em fofinho, para se sentir melhor ao falar. Claro que a escolha é de cada família, mas é importante que a criança se conheça.
Então, caso você tenha decidido falar o nome correto das partes íntimas, veja algumas estratégias para fazer isso de forma natural.
Como falar com as crianças sobre as partes íntimas do corpo
A primeira coisa a fazer é trabalhar na sua mente como algo normal, para que, ao conversar com a criança, não soe estranho ou desconfortável. Muitas vezes, é mais importante a forma com que se fala do que o que é dito.
Assim que você estiver confortável com a ideia de falar sobre vulva, vagina, pênis ou mamilos, passe para o próximo passo, que é conversar com as crianças de forma natural. Claro que não será um sermão de meia hora, mas sim pequenas conversas esparsas.
Ao ensinar a se limpar, utilize os nomes adequados, aproveitando para mostrar não somente a forma correta de fazer a limpeza, como também sobre as partes que somente ela pode encostar.
A prevenção do abuso sexual está relacionado não somente à proteção com relação ao cuidado com o local onde a criança vai ficar – já que grande parte dos abusadores é de pessoas conhecidas, muitas vezes os próprios cuidadores. Ela está relacionada também com o acesso à informação. Se a criança não sabe que algo pode te fazer mal, se sente culpada e triste, sem saber o que fazer. Porém, se ela sabe o que é cada parte do corpo e o que somente ela deve ter acesso, fica mais fácil reclamar.
Então converse sempre que possível sobre o que é cada parte genital, o nome correto, para que servem e como cuidar delas, seja higiene ou preservação da integridade física e psicológica da criança.
Uma boa ferramenta para te ajudar a fazer isso de forma lúdica é utilizar livros educativos feitos para crianças. Há vários deles, de acordo com a idade. É só dar uma voltinha com o pequeno na livraria e escolher por qual começar.
O importante é manter na conversa esse tom natural e utilizar ferramentas lúdicas e criativas, para poder ensinar os nomes corretos das partes do corpo para a criança. Isso a deixará mais informada e conectada a você, com quem ela poderá se sentir a vontade para falar sobre qualquer tema, inclusive abuso.
Veja um vídeo sobre como conversar com a criança sobre os limites do corpo.