A ansiedade é uma mal que tem atingido cada vez mais adultos e até crianças, devendo ser observada como uma questão complexa e tratável. Sentir a ansiedade é quase uma tortura, mas é ainda pior quando ocorre com as crianças. Se você tem um filho com ansiedade, entenda melhor esse problema ajudá-lo.
Conteúdos
O que é ansiedade
A ansiedade é uma reação defensiva comum frente ao perigo ou situações consideradas ameaçadoras, como está no livro “Ansiedade em Crianças“. Ou seja, é uma sensação constante de preparação para o acontecimento de algo terrível, um verdadeiro sofrimento.
Para os autores, a ansiedade é caracterizada por “um grande mal estar físico e psíquico, aflição, agonia”. Eles dizem que é algo que todo mundo já sentiu, bem comum. Na realidade, é importante, porque faz parte dos mecanismos fisiológicos de resposta do ser
humano ao estresse.
O problema começa quando esse sentimento se transforma em um transtorno, que não permite uma vida normal para a criança e a família. Entre os sintomas da ansiedade crônica, de acordo com o livro, estão:
- Medo de ir à escola;
- Medo de animais, mesmo que inofensivos;
- Medo de lugares ou situações;
- Medo de fazer mal a alguém;
- Mania de perfeição;
- Introspecção;
- Preocupação excessiva sobre o que acham dele;
- Preocupação excessiva com coisas específicas;
- Choro constante;
- Baixa autoestima;
- Culpa em excesso;
- Distração;
- Obsessão;
- Dependência;
- Sensação de estar sendo perseguido ou observado;
- Pesadelos;
- Cefaleia, náusea, dor no estômago;
- Irritação;
- Dificuldade para dormir;
- Mudanças repentinas de humor.
Como você pode perceber, a análise da ansiedade crônica não é algo simples e deve ser feita por um profissional experiente, principalmente porque ela costuma ter comorbidades, ou seja, doenças relacionadas. Normalmente, observa-se também sinais de depressão, desatenção ou hiperatividade.
Entre as causas possíveis para o desenvolvimento da doença estão a propensão genética, o relacionamento da criança com os cuidadores, tipo de relacionamento entre eles e seus pais, conflitos no casal e entre irmãos, forma de educação e outras.
Para os pesquisadores, é importante ajudar a mudar esse quadro de ansiedade nas crianças, pois ele pode deixar cicatrizes profundas na vida delas. Muitas vezes esses sintomas as acompanham ao longo da adolescência e vida adulta.
Meu filho vive ansioso, o que fazer?
A primeira coisa é entender que não somente a mente, mas o corpo sente a ansiedade. Isso pode te fazer ver a ansiedade e a aparente falta de controle do seu filho com mais empatia. Veja como é o processo da ansiedade, que visa preparar o corpo para uma situação de perigo, seja para fugir ou lutar.
- Aceleração dos batimentos cardíacos: isso acontece para poder bombear mais sangue para a musculatura de pernas e braços, a fim de deixar o corpo pronto;
- Palidez, pés e mãos frias: esse sangue que é direcionado rapidamente para os membros tem que sair de algum lugar! Então a pele e as extremidades passam a ser menos irrigadas, causando palidez, mal estar e extremidades frias;
- Antecipação de desastres: a mente fica a mil, buscando antecipar tudo o que pode dar errado, para já encontrar uma solução por antecedência;
- Repetição de ações: como o processo dificilmente é cortado, ele fica como se fosse em um círculo de sofrimento e angústia.
Agora que você já entende como funciona, veja algumas dicas para lidar com a situação.
1. Ajude no processo da espera
De nada vai ajudar ficar nervoso, roendo as unhas ou mexendo em tudo o tempo todo. A criança tem que entender que o tempo tem seu próprio ritmo e ficar angustiada ou agitada não vai ajudar.
Existem ferramentas que podem ajudá-la a esperar de forma mais tranquila, como a utilização de um calendário, marcando quantos dias faltam para o tão esperado evento. Se a espera for de algumas horas, já pensou em soluções lúdicas, como o pote da calma? Aprenda a fazer essa ferramenta para ajudar a acalmar os pequenos.
2. Ensine a estar presente
Esse provavelmente será um desafio também para os pais, pois a maior parte das pessoas não está presente no momento atual; vivem pensando no que já passou e não volta mais ou preocupadas com um futuro que ainda não chegou.
Sentir o vento, ouvir os sons do ambiente, os cheiros. Olhar de fato para as coisas e pessoas que estão ao seu redor são exemplos simples de como estar presente. É o famoso termo mindfulness (do inglês mente completa) necessário para adultos e crianças. Conheça mais:
3. Guie a respiração
A pessoa ansiosa tende a ter uma respiração mais curtinha, normalmente enchendo somente os pulmões e esvaziando rapidamente. Isso traz uma oxigenação inadequada, além de acelerar os batimentos cardíacos, agravando ainda mais a ansiedade.
Uma respiração um pouco mais profunda, enchendo não somente o peito, mas o abdome de ar, traz diversas vantagens para a saúde física e mental, tanto de crianças quanto de adultos, ajudando a reduzir a ansiedade.
Nos casos de crise, há uma técnica mais específica que vai ajudar a regularizar o padrão de oxigênio e dióxido de carbono dentro do corpo. Aprenda nesse vídeo.
4. Mantenha uma rotina
Manter uma rotina diária, seja de atividades, alimentação, estudos e até brincadeiras ajuda a reduzir a sensação do desconhecido e consequente ansiedade em relação a ele. Então ter uma hora certa para realizar cada atividade ajuda a acalmar um filho com ansiedade.
Melhor ainda se fizer um quadro que mostre tudo o que será feito durante o dia. Para os menores pode ser lúdico, com imagens e bonecos, enquanto que para os maiores pode ser mais versátil e colorido. Veja como preparar um quadro corretamente com uma pedagoga.
5. Procure ajuda
Agora o mais importante: não tente carregar o mundo em suas costas. Às vezes papais e mamães precisam de ajuda e tudo bem! Procure um profissional no ramo da psicologia para conversar sobre como lidar com a situação.
Ele pode te passar ferramentas úteis, que tornem seu dia a dia, bem como o do filho com ansiedade, mais fáceis. O ideal é um psicólogo da linha cognitivo-comportamental, que irá te orientar, e também a criança, como lidar com a situação e, em seguida, como acabar com o problema. Veja mais sobre o tema no vídeo abaixo.