Método de ensino tradicional: vantagens e desvantagens

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Método de ensino tradicional é o método mais utilizado pelas escolas do Brasil. Essa abordagem predomina nas instituições públicas a nível estadual e municipal. Isso sinaliza que o Governo brasileiro acredita, de certa forma, que essa é a melhor forma de ensinar os estudantes de todo o país.

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Grande parte dos especialistas no assunto, no entanto, não valorizam mais esse tipo de abordagem de ensino. Isso porque as características do método de ensino tradicional vão contra as tendências atuais em educação. Por inúmeros fatores acredita-se que ele seja muito mais prejudicial ao desenvolvimento do aluno do que benéfico.

O que é o método de ensino tradicional

método de ensino tradicional
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Essa abordagem de ensino surgiu na Europa, por volta do século XVIII. Ela se baseia em um tipo de ensino padrão, que procura uniformizar os estudantes e seu aprendizado. O foco, portanto, jamais será o estudante. A figura central é o professor, que é visto, acima de tudo, como detentor e transmissor do conhecimento.

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A tradição conteudista rege as aulas no método de ensino tradicional. Isso quer dizer que para que o estudante seja um sujeito crítico, indagador, independente, ele precisa ter uma base estruturada de informação. Para que isso ocorra, as escolas tradicionais apresentam uma plano pedagógico centrado em rígidas regras de comportamento.

Essa abordagem de ensino é eficaz?

Durante mais de um século o método de ensino tradicional foi praticamente único no mercado. Por ser a abordagem mais antiga, ela possui um grande número de seguidores que ainda acredita em seu potencial. Atualmente, no entanto, esse formato de ensino passa cada vez mais por contestações.

Há alguns pontos a serem considerados para compreender se ele é eficaz ou não

Primeiro é preciso entender que a maioria das escolas tradicionais voltam-se para provas e testes ao estilo vestibular e ENEM. Se a escola é privada e tradicional, essa tendência é ainda maior. Os pais adoram isso, uma vez que isso representa para eles uma esperança de que os filhos encontrem um caminho profissional de sucesso.

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O que os pais não sabem é que nem sempre o estudante é o real interesse dessas escolas. Para quem não sabe, o ENEM não avalia somente os alunos. As escolas nas quais eles estudaram durante o Ensino Médio também são avaliadas a partir de seus estudantes. Ou seja: quanto mais alunos da escola X tiverem bom desempenho, melhor rankeada a escola fica.

Uma vez que a escola se torna bem rankeada a partir do ENEM, mais pais procurarão essa instituição, acreditando que ela é a melhor escola. Essa abordagem, no entanto, é algo cada vez mais criticado por especialistas em educação. Isso porque as escolas tradicionais possuem uma pedagogia cada vez mais exigente para que os alunos tenham um desempenho de excelência.

O problema da uniformização

eficácia do método de ensino tradicional
Crédito: Freepik

O ensino tradicional tem como base pedagógica a uniformização dos alunos. A maioria das escolas tradicionais prega que quer formar cidadãos pensantes, mas não é isso que se vê em suas salas de aula. A intenção é ter um bom posicionamento nos rankings escolares. E isso só se obtém se todos os alunos tiverem o mesmo alto desempenho.

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Para que os alunos obtenham um alto desempenho, eles são vistos pelo professor de forma igual. Ou seja: as habilidades, competências de todos precisam ser as mesmas. Os interesses individuais não são levados em consideração. A partir disso há um excesso de conteúdos que devem ser aprendidos, divididos por inúmeras matérias.

As escolas tradicionais são as que mais causam estresse e doenças emocionais nos alunos. Afinal, a pressão é absurda em algumas instituições. Há casos de adolescentes com depressão, crises de ansiedade e de insônia devido à cobrança escolar, familiar e social que esse tipo de abordagem de ensino aplica. A culpa das falhas é sempre do aluno.

Além disso, há a questão da uniformização. A partir dos métodos conservadores utilizados por essas escolas, o que se vê é a formação de pessoas com o mesmo pensamento. Não há espaço para críticas, para formar um pensamento independente e centrado no social. Todos são iguais, uniformes e dependentes do professor.

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A eficácia, portanto, depende muito do objetivo dos alunos e dos pais para o futuro da criança ou adolescente.

Alternativas ao método de ensino tradicional

Conforme as pesquisas em educação avançaram, a abordagem tradicional de ensino começou a ser contestada. Embora seja, ainda, o mais procurado em todo o planeta, esse não é o método mais eficaz se o objetivo for uma formação crítica ao aluno. Existem outros métodos mais interessantes e que convém aos pais se informarem sobre. Veja abaixo alguns métodos de ensino como alternativa:

  • Freiriano: acredita que os aspectos sociais e culturais devem ser levados em consideração. As necessidades do aluno estão acima de tudo;
  • Comportamentalista: é focado na técnica, no material e no processo. Isso demanda extremo controle de tudo por parte do professor;
  • Construtivista: o aluno tem papel ativo na construção de conhecimento, sendo dispensada a relação tradicional de professor-aluno;
  • Montessoriano: o professor é apenas um guia. As crianças escolhem as atividades que querem realizar;
  • Tendência democrática: não há conteúdos definidos previamente, pois são sugeridos pelos alunos. A liberdade deles é o foco;
  • Método Waldorf: busca um desenvolvimento mais completo e complexo. Os alunos são agrupados por idade e não por série.