Placenta acreta: o que é, sintomas, diagnóstico, riscos e tratamento
Muitas situações ao longo da gravidez trazem preocupação para as gestantes. Algumas podem ser evitadas, outras simplesmente acontecem devido a alguma condição que não há como evitar. Também existem as situações que não ocorrem com tanta frequência, pegando a mamãe de surpresa. Uma dessas situações é a placenta acreta. Veja o que é, quais os tipos, fatores de risco, tratamentos e cuidados a ter ao descobrir.
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Conteúdos
O que é placenta acreta?
Também chamada de acretismo placentário, de acordo com os especialistas, essa condição é caracterizada pela aderência incorreta da placenta ao útero. Ela vai além dos limites esperados, fixando-se de forma profunda na parede do útero. Na hora do parto, essa má aderência dificulta a saída da placenta, aumentando o risco de hemorragia, o que pode levar a complicações e até mesmo a óbito.
Tipos de placenta ecreta

Para entender melhor o problema é importante saber que o útero possui uma camada mais interna denominada decídua. É um tecido formado por duas camadas, uma mais externa e esponjosa e outra mais interna e compacta.
Essa formação é o que facilita o desprendimento da placenta no parto, procedimento chamado de dequitação. Mas quando a placenta se insere de forma mais profunda na decídua, dificultando seu desprendimento no parto, é a chamada placenta ecreta.
Existe uma classificação do ecretismo placentário de acordo com a profundidade de implantação da placenta ao útero, que pode ser:
Placenta acreta
Nesse tipo, a placenta invade profundamento da decídua.
Placenta increta
Nesse caso a placenta vai além da decídua, invadindo a musculatura uterina.
Placenta percreta
Ainda mais grave, nesse caso a placenta vai além da musculatura uterina, podendo comprometer os órgãos que estão perto.
Causas e fatores de risco
De acordo com o Dr. Nelson Lourenço Maia Filho, de modo geral, as gestantes que apresentam maior risco de ter a placenta acreta são aquelas com idade superior a 35 anos.
O caso também pode acontecer com mulheres que já tenham feito cirurgia uterina antes (mesmo cesárea ou curetagem), que possuem miomas no útero ou que tiveram placenta prévia, que é quando a placenta se desenvolve na região inferior do útero.
Também há um risco aumentado em gestantes fumantes, naquelas que já tiveram muitos filhos e quando existe um grande volume de placenta.
Diagnóstico e tratamento

É durante o pré-natal que o obstetra consegue identificar a placenta acreta na gestante, daí mais uma razão para manter o acompanhamento médico em dia. Essa identificação ocorre primeiramente por meio do ultrassom, mas pode ser confirmado por ressonância magnética e dosagem de marcadores sanguíneos.
Uma gestante com placenta ecreta não costuma apresentar sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico. Mas em alguns casos ocorre um sangramento discreto. Sangramentos em gestantes são sempre um bom motivo para procurar o obstetra.
Caso o problema seja identificado, não há como tratar ainda durante a gestação e fazer voltar ao normal. O tratamento ocorre durante e após o parto.
Cesárea e histerectomia
Ao perceber o problema, o médico poderá determinar que a mãe tenha um parto de cesárea para que logo após o nascimento do bebê seja feita nela uma histerectomia, cirurgia para remoção parcial ou total do útero. Esse é o principal tratamento.
Cesárea e remoção da placenta
Nem sempre a remoção do útero se faz obrigatória, o que é um alívio para as mulheres que desejam manter sua fertilidade e ter mais filhos. Porém, quem vai identificar essa necessidade é o médico, de acordo com gravidade da situação. Em muitos casos é possível fazer a cesariana e a remoção da placenta, mantendo o acompanhamento médico pós-parto.
Riscos relacionados à placenta prévia
É importante que a gestante mantenha seu acompanhamento pré-natal porque quanto antes o problema for diagnosticado, menores são os riscos de complicações como hemorragia pós-parto, complicações durante o parto, prematuridade do bebê ou ter que fazer uma cesariana de emergência.
Nessa situação, quando o problema não é devidamente identificado, além da hemorragia, a gestante corre o risco de infecções, problemas decorrentes da coagulação do sangue, ruptura da bexiga, perda da fertilidade e, em casos muito graves, o óbito.
Cuidados após o diagnóstico
Depois de descobrir que tem placenta ecreta, a gestante receberá orientações do médico par evitar grandes esforços na gestação. Se ela estiver com sangramentos pode ser mais seguro fazer mais repouso ou até ficar internada.
A alimentação adequada é muito importante para todas as gestantes, mas nesse caso deve ter cuidado redobrado para garantir a ingestão de todos os nutrientes necessários, em especial a suplementação de ferro para o caso de haver uma hemorragia no parto.