Tudo o que sempre quis saber sobre a pílula anticoncepcional

Toda mulher deveria ter direito a ter uma palavra a dizer sobre os seus direitos reprodutivos. Infelizmente, essa ainda é uma realidade muito distante em muitos países. Em algumas culturas a mulher não tem voto na matéria, mesmo quando se trata de seu próprio corpo. Acha que estamos falando de um lugar longínquo? Pense bem. Quantas mulheres conhece que não se sentem seguras e são reprimidas por companheiros e familiares na hora de fazer sua escolha?

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Para que toda e qualquer mulher possa reivindicar seus direitos é de extrema importância que esteja bem informada

Uma lição de história sobre a pílula

Sabe quando a primeira pílula anticoncepcional chegou ao mercado? Já faz mesmo muito tempo! Em 1960, uma primeira versão da pílula, carregada de hormônios, foi colocada à venda. Apesar de representar um marco importante nos direitos das mulheres, essa primeira pílula tinha efeitos colaterais muito perigosos. Esse foi o primeiro momento em que foi dada à mulher a chance de tomar rédeas da sua sexualidade. A pílula prometia eficácia e seu baixo custo fez com que rapidamente conquistasse popularidade.

Mas, mais uma vez, o grande pecado da indústria farmacêutica foi privar as mulheres de informação. Os riscos da pílula não haviam sido divulgados. Graças à pressão dos movimentos feministas, nomeadamente nos Estados Unidos, a comunidade científica foi obrigada a assumir os perigos do medicamento. Seguiram-se várias investigações sobre as contraindicações desse anticoncepcional e uma bula detalhada passou a ser entregue no ato da venda.

Dosagens de hormônios mais baixas

Desde então a história não parou e hoje em dia equipes de investigadores trabalham diariamente para que a pílula seja melhorada, e se torne em um método anticoncepcional cada vez mais seguro. A oferta é variada, e a dosagem atual de hormônios é muito menor. Tem pílulas que não ultrapassam os 15 microgramas de estrogênio. Sabe o que isso significa, em comparação com a primeira pílula lançada no mercado? Que essa dosagem é dez vezes inferior!

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Consulte o seu médico antes de tomar a pílula

Os perigos da pílula também não são segredo. Afinal, ela já contém 55 anos de história! Será que devemos ficar alarmados com as contraindicações da pílula? Como qualquer medicamento, pode apresentar riscos para determinadas pessoas. Por isso é que é determinante que toda a mulher seja consultada por um especialista antes de iniciar a tomar a pílula. O acompanhamento médico é indispensável para avaliar de que forma esse método é ou não indicado para cada caso. Porque todas as mulheres são diferentes e o que funciona para uma pode vir a revelar-se um autentico pesadelo para outra!

Grupos de risco

É importante conhecer bem o seu histórico familiar. Tem casos de trombose venosa ou embolia pulmonar? Doenças cardíacas, diabetes, hipertensão ou mesmo obesidade? Fuma? Todos esses aspetos são critérios que um profissional de saúde terá em consideração antes de decretar se a pílula é ou não o método anticoncepcional indicado para o seu caso. Essas condições podem aumentar o risco de vir a desenvolver uma trombose venosa, um dos cenários que mais assustam as mulheres que ficam mais hesitantes em relação à pílula. Contudo, para a grande maioria, uma pílula de baixa dosagem não apresenta qualquer risco.

A pílula anticoncepcional não protege contra doenças

A mídia social é uma grande propagadora do terror! O medo faz com que muitas garotas deixem de tomar a pílula e adotem métodos anticoncepcionais menos eficazes. Opções como o coito interrompido e a tabelinha revelam-se ineficazes, aumentado o número de gestações indesejadas. As estatísticas são reveladoras das consequências desse pânico generalizado e sem fundamento. A cada 20 minutos uma mãe adolescente, sem estabilidade financeira e emocional, dá à luz o seu bebê.

Mas o foco dessas meninas que iniciam sua vida sexual precocemente não deveria ser unicamente o risco em engravidar. O apelo é feito pela coordenadora do Programa de Saúde Adolescente e de Políticas Públicas para a Mulher do Estado de São Paulo, que destaca a importância da dupla proteção. O preservativo tem de ser presença obrigatória, porque os métodos anticoncepcionais de barreira não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis.

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A pílula do dia seguinte não é um anticoncepcional

É também preciso ter em consideração que a pílula do dia seguinte não é uma opção. A pílula do dia seguinte é apenas para ser usada em caso de emergência e não como um método anticoncepcional. De acordo com essa entendida em reprodução feminina, é também muito importante que a mulher se sinta confortável com o método adotado. Por isso, caso o seu anticoncepcional provoque desconforto ou qualquer reação desagradável, relate para o seu médico. Está tomando alguma medicação? Tenha cuidado, porque os efeitos da pílula podem ser anulados.

A escolha deve ser sempre da mulher

Em suma, a escolha do método anticoncepcional deverá ser feita pela mulher, que a deverá tomar em consciência, tendo em conta as recomendações de seu médico. Para que a escolha seja feita sem que a sua saúde seja prejudicada a informação é essencial.

Principalmente em conjunto com o preservativo a pílula tem vindo a dar provas de sua eficácia. Porém, para que funcione como suposto, deve ser tomada regradamente. Não tem dúvidas de que este método permite que a mulher pratique a sua sexualidade em segurança e sem riscos.

Compartilhe! Dê poder às mulheres que conhece com a informação de que elas necessitam para fazerem suas escolhas.

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