Congelamento de óvulos: como funciona e quando é indicado?

Congelar óvulos é uma opção para mulheres que desejam engravidar mais tarde.

Imagem: Freepik

Antigamente as mulheres tinham muitos filhos. Hoje, além da quantidade média de filhos por família ter diminuído, muitas mulheres pretendem engravidar, só que mais tarde, depois de cumprir com outros objetivos de vida. Para estas, uma das soluções é o congelamento de óvulos.

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A necessidade de congelar óvulos pode surgir ao saber que, após os 35 anos, os óvulos perdem sua qualidade e a reserva ovariana diminui. Ou seja, pode ficar bem mais difícil engravidar da forma natural – embora aconteça bastante.

Então, se você faz parte do grupo de mulheres com menos de 35 anos que pretende engravidar mais tarde, talvez o congelamento de óvulos seja a sua melhor garantia de conseguir uma gestação tardia saudável. Saiba, agora, como funciona e quando é indicado o congelamento de óvulos.

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Para quem é indicado congelar óvulos?

O congelamento de óvulos é especialmente recomendado para mulheres com idade entre 33 e 37 anos que estejam planejando uma gravidez tardia.

Para isso, elas precisam preservar sua fertilidade, e congelar os óvulos é a melhor forma, já que nem sempre é possível conseguir manter a fertilidade de forma natural após os 40 anos.

As mulheres que já têm mais de 37 anos e também querem congelar os óvulos para o futuro, podem fazer o procedimento, mas, precisam estar cientes de que o resultado não é o mesmo, já que a quantidade e qualidade de seus óvulos é inferior nessa idade.

É melhor congelar óvulos ou embriões?

Por questões legais e burocráticas é melhor congelar óvulos do que embriões. Como os embriões já são óvulos fecundados, a medicina e a lei os consideram mais “importantes”, ou seja, eles não podem ser descartados antes de 3 anos congelados.

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Além disso, na hora de fazer a criopreservação (congelamento) de embriões, é obrigatório manifestar por escrito o que você quer que seja feito com eles caso o casal se separe, caso ocorra alguma doença grave, morte de um dos responsáveis ou caso queiram doar o embrião futuramente.

Nada disso se aplica ao congelamento de óvulos, portanto, é um processo menos exigente nesse sentido. Por esse mesmo motivo, o congelamento de embriões só é indicado quando sobram embriões de um ciclo chamado FIV, que é a etapa final do processo de gravidez feito em clínicas de reprodução assistida.

Como é feita a coleta de óvulos e o congelamento?

Agora vamos ao processo para o congelamento de óvulos. A primeira etapa é passar por uma avaliação com especialistas em uma clínica de reprodução humana assistida. É preciso fazer alguns exames para saber como está a reserva ovariana e dos hormônios relacionados à fertilidade.

Somente se os resultados forem favoráveis ao congelamento, o procedimento é indicado, ou seja, somente se a mulher conseguir produzir um número elevado de óvulos para poder congelar ao menos 20 deles.

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Isso porque depois, no processo de congelamento e no de descongelamento, podem ocorrer perdas de óvulos e é preciso garantir que tenham suficientes para quando a mulher quiser utilizá-los em uma gestação.

Estimulação ovariana

Depois dessa primeira avaliação, se a mulher for considerada aprovada para o congelamento de óvulos, vem a fase de estimulação ovariana e indução da ovulação. Para isso, ela passa 10 dias tomando medicamentos hormonais.

A finalidade desses medicamentos é estimular os ovários a produzirem uma maior quantidade de folículos que armazenam os óvulos. Quando esses folículos atingem cerca de 20mm, a mulher recebe o hCG, hormônio que provoca o amadurecimento dos óvulos contidos nos folículos.

Punção folicular

Passada essa fase, chega a hora da punção folicular que consiste em retirar o líquido folicular, que é onde estão os óvulos maduros, para poder fazer a criopreservação (congelamento). Esse procedimento leva em torno de 20 minutos e é feito em sala de cirurgia, com anestesia.

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Esse líquido com óvulos maduros não vai diretamente para o congelamento. Ele é enviado para o laboratório de embriologia, que vai identificá-los e separá-los conforme sua qualidade para, daí sim, congelar.

Congelamento

O congelamento ultrarrápido, também chamado de vitrificação, é feito com nitrogênio líquido à temperatura de -196ºC e pode ser mantido por tempo indeterminado.

Quando a mulher decidir que está na hora de engravidar, ela solicita o descongelamento dos óvulos para que seja feita a fecundação. A média de sucesso é de 40%, dependendo de alguns fatores, como a idade que a mulher tinha quando congelou os óvulos.

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Quanto custa congelar óvulos no Brasil?

Todo o processo que envolve o congelamento de óvulos no Brasil pode custar em torno de entre R$15 mil e R$20 mil. Além desse valor, há custos extras com o processo de fertilização, que é quando a mulher decidir usar seus óvulos congelados para engravidar, e o custo para manter os óvulos congelados, que é cerca de R$1.000 por ano.